tentar* manter uma cara bem séria (a que estávamos a usar 2 minutos antes quando ele nos explicava como nunca mais erraríamos uma raiz quadrada!!!) quando ele nos diz que o excelente (que nós tínhamos elogiado) domínio do espanhol se deve a gostar de ver o Doraemon em espanhol...

*mas não conseguir!!!

A minha vida sofreu uma mudança radical há cerca de 5 anos aquando da morte de uma pessoa próxima vítima de cancro. A certeza de que nada podemos fazer quando uma doença assim nos invade, acompanhar o sofrimento diário dela e de todos os que o rodeavam fez-me fazer do carpe diem um lema de vida. Não digo que não entenda quem passa a viver com raiva... Via essa raiva/inveja/incompreensão diariamente! Mas não entendo que não se respeitem todos os outros... Não entendo que se julguem superiores a todas as vidas humanas! Não entendo que, conseguindo vencer um monstro, se sinta que já nada nos pode afectar, não percebendo que, a qualquer momento, ele volta... a qualquer momento voltamos a precisar de todos e até um sorriso desconhecido é reconfortante. Ser vitorioso em algo nunca nos fez melhores do que os restantes. Lamento muito que nem todos o consigam ver. De forma incrivelmente egoísta, lamento que os bons continuem a ser levados e que os maus apenas se assustem.

Tenho saudades tuas... mas tenho a certeza que não morres porque todos nos lembramos diariamente de ti! :) <3

O país está em crise (estará?! se calhar não...*), mas os nossos fofinhos jogadores receberam a módica quantia de 100.000 aerius cada um (disseram-me!) por terem conseguido aquela vitória na 3ª. Tão patrióticos e fófinhos que eles são!!! Nem jogam por dinheiro, é por amor à camisola, mas recebem assim num joguito o mesmo que a maioria dos tugas demoraria quase 20 anos... pormenores, não é?

Como serei sempre uma pelintra, mais do que a crise financeira, aborrece-me a crise de valores... Sempre respeitei o selecionador! Achava piada àquele ar calmo, à "tranquilidade" e até cheguei a discutir com sportinguistas o porquê de não "irem à bola" com ele... Descobri na 4ª, logo pela manhã, quando ouvi as declarações do final do jogo! Se há coisinha de que gosto é pessoas com espinha, capazes de a manter nos bons e maus momentos. Enquanto havia medo e incerteza, o senhor manteve-se caladinho (e muito bem, na minha opinião!), quando se sentiu o maior (ganhou à Bósnia, carago, esse gigante do futebol!) vá de mandar postas de pescada como se tivesse crescido 20cm... No me gustó! Mas ganhou não foi?! Já pode!  Por isso, nesse mesmo dia, ouvi as mesmas pessoas que no dia anterior o consideravam um anão do futebol tratarem-no como se ele fosse um gigante. E essas coisinhas a mim custam-me bastante! 

*Eu até acredito que o país está em crise porque o CR marcou 2 golos, o Postiga marcou 1 e ninguém se lembrou de declarar feriado nacional...

Finalmente, parece-me que esta frase feita tem algum sentido... Dizem que os 30 nos trazem maturidade e mais não sei bem o quê. Desde miúda que considerava que os 30 seriam a melhor idade de alguém, no entanto, entrei neles de forma um pouco conturbada. Parece que tudo já acabou, que há calma e tranquilidade agora e, na última semana, senti das melhores provas de amor (daquelas que não são ditas ou escritas!). Se a isto acrescentarmos uma família interessada e que está sempre lá e os melhores amigos (que são os meus, já se sabe! :)), posso dizer que estou feliz como há muito (alguma vez?) não me sentia!

Ora, sendo assim, posso voltar a escrever... Sem lamúrios, medos ou obrigações! :) Se escrever me serve muito como catarse, também é algo que evito quando sei que há pessoas que me identificam além da blogosfera e me irão perguntar aquilo que quero manter só para mim. Dualidades deste mundo: por um lado sentimo-nos à vontade para partilhar aquilo que não dizemos aos vizinhos... por outro, temos medo que, ao escrevê-lo, o vizinho nos identifique e depois nos pergunte qualquer coisa... :)