(Aviso: se costuma dizer a frase que está aqui em cima,não deve ler este post!)
Penso que já falei nisto aqui (ou noutro blogue qualquer, não me lembro) mas irritam-me as respostas tipo "tu não és mãe, não entendes"... Parecem-me o reduto final de que já não tem mais argumentos e espero, muito honestamente, não mudar de opinião daqui por uns anos e passar a utilizá-las.
Já as ouvi como desculpa (lamento, mas, muitas vezes, parecem-me desculpa!) para tudo: mau comportamento, sofrimento alheio, até notas escolares... É lógico que não entendo a dor de um pai perante o sofrimento do seu filho, mas entendo que lhe dói e porque lhe dói e que é normal que doa! Não critico, não penso que poderia ser ou agir melhor se fosse eu! Prefiro imaginar que nunca me irá acontecer e depois, caso aconteça, logo verei como ajo! Da mesma forma que, quando vejo um filho a lidar com as dores de um pai! Não quero saber o que dói: quero que os meus estejam sempre aqui, comigo, a ajudar-me e a apoiar-me.
Mas esta parte eu até entendo... o que eu não entendo é que me digam que é normal que as crianças gritem como se não houvesse amanhã, mordam os pais, os humilhem (quando já maiores), faltem às aulas, sejam mal educados e a justificação seja o "não és mãe, não entendes". O que eu não entendo mesmo, mesmo nada é que colegas de trabalho me digam que só não dou 20 valores a alunos de 17 ou 18 porque não sou mãe e não entendo... Não estou ali como mãe deles, sempre pensei que isso era algo do conhecimento de todos!
Eu entendo que a maternidade seja linda, eu entendo que um pai dê a vida por um filho (tenho uma relação muito, muito boa com os meus pais e penso que isso me ajuda a ver mais) mas não entendo, isso não, que a tal sabedoria que nos traz a maternidade nos faça perder a razoabilidade e o bom senso!
Eu sou Mãe e acho tudo o que descreves desculpas para quem não abe educar. E contra em mim falo, que muitas vezes tenho dificuldade em dizer não à minha filha. Mas não porque sou Mãe. Antes porque muitas das vezes tenho preguiça de estar sempre a medir forças.
Identifico-me com o que afirmas, na medida em que também não sou mãe, mas tenho alguns amigos que são pais e aceitam perfeitamente muito do que digo, até porque não é preciso ser mãe para saber quais os valores que se deve passar a uma criança. Acho que isso até faz parte de educar uma criança em sociedade.